Por favor, antes de começarmos cheque o dia, o mês e o ano em que estamos. A sensação é de que o tempo está mais acelerado, mas ainda faltam pelo menos três meses completos para começarmos 2022. No entanto, quando o assunto é planejamento estratégico, já entramos ou deveríamos estar prestes a ingressar no próximo ano. 

Afinal, é o planejamento estratégico que irá nortear a sua organização nesta nova etapa. Para impulsionar a empresa na melhor direção e obter sucesso, é necessário ter de antemão o estabelecimento de metas, a mobilização de recursos internos e os primeiros projetos estabelecidos antes da virada do ano. Todo esse planejamento é ainda mais necessário para um ano que será marcado por incertezas.

Adianto que para fazer o planejamento estratégico vencedor para 2022, será necessário pensar em novas rotas. Nesse percurso, ferramentas de inovação e propostas de colaboração e de cocriação entre as equipes serão indispensáveis. 

 O que 2022 nos reserva?

Desde 2020, vivemos sob o impacto da Covid-19 e, mais recentemente, das novas variantes, como a Delta. Passados mais de 18 meses do anúncio oficial da pandemia, ainda aprendemos sobre as novas realidades para as organizações, os colaboradores, os parceiros e os clientes.  

Por outro lado, a vacinação nacional avança e alguns estados, como Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul, já registram mais de 40% da população totalmente imunizada contra o coronavírus, segundo dados do Consórcio de Veículos da Imprensa. Este é um bom indicativo, mas o problema da pandemia deve seguir pelos próximos meses, com as doses de reforço e a imunização dos mais jovens, por exemplo.

Somado à Covid-19, o Brasil terá novas eleições presidenciais e a esfera pública deve ser tomada por meses com um intenso (e acalorado) debate político. Em paralelo, a alta do dólar e da inflação afetam, desde agora, os caminhos que as organizações deverão percorrer no último trimestre deste ano e em todo o ano de 2022. Do ponto de vista internacional, será necessário lidar com a instabilidade econômica e a questão ambiental.

Para resumir, os desafios serão grandes e, por mais que seja um clichê desse meio, oportunidades de crescimento não faltarão em meio à crise. Só que será preciso inovar para sobreviver.  

Conselho: antecipe possíveis cenários

Um bom plano estratégico permite que as organizações prevejam possíveis futuros e se preparem de acordo com as expectativas para o próximo período. Assim, as empresas podem antecipar determinados cenários desfavoráveis antes que ocorram e tomar as precauções necessárias para evitá-los. 

No contexto da crise econômica, é necessário desenvolver estratégias inovadoras para contornar questões como a perda de poder aquisitivo do público consumidor, por exemplo. Outra possibilidade é a busca por estratégias diferentes para o setor da comunicação, buscando maior proximidade e conexão com o público. As duas situações são possíveis, mas será necessário entender as necessidades específicas da sua organização e planejar novas estratégias para defini-las.

Com um plano estratégico inovador, as empresas podem ser mais proativas e, dessa forma, reagirem melhor em situações extremas. Isso porque, mesmo em cenários desfavoráveis, a importância do planejamento estratégico não é afetada, já que os objetivos previstos podem ser adaptados ou reformulados. 

Na prática, significa ter planos de ação considerando circunstâncias realistas, otimistas e pessimistas. Outra vantagem da proatividade é estar um passo (ou uma caminhada) à frente da concorrência, o que é um grande diferencial para momentos de crise.

Para pensar o próximo planejamento estratégico, é também importante mapear o mercado e a concorrência, incluindo indústrias alternativas e concorrentes que não são óbvios, em busca de insights e novos modelos para o negócio. 

Só que mais do que superar um concorrente, apostamos que buscar por mercados ainda não explorados é uma excelente alternativa, como defendem os professores  W. Chan Kim e Renée Mauborgne, que escreveram o livro da estratégia do Oceano Azul, metodologia muito utilizada por nós na Co-Viva.

Questionar: No estudo dos EUA, a maioria dos empreendedores e executivos  conseguiam se lembrar de perguntas específicas que se faziam, no momento, em que desenvolveram algo novo. Além disso, um bom processo de aprendizagem pode ser discordar — e buscar argumentos que embasem essa discordância — daquilo que é considerado como correto nos negócios, algo como o advogado do diabo. Nesta trajetória, vale sempre questionar o “Por que não” e o “E se”.

Observar e ouvir: Para inovar, é importante observar fenômenos comuns, principalmente o comportamento de potenciais clientes de um novo serviço ou produto. Nesse sentido, os inovadores agem como cientistas sociais e antropólogos, buscando entender as movimentações, os desejos e os hábitos das pessoas. Quando escutou um feedback detalhado sobre um serviço pela última vez?

Experimentar: É fundamental se engajar em formas de experimentação ativas, como lembrei na primeira parte deste texto. O mundo deve ser um laboratório para experimentações, como fez o empresário Jeff Bezos que, quando criança, desmontava berços. Como profissional também ousou experimentar inúmeras vezes até transformar uma livraria online em um dos maiores e-commerce do planeta. Provavelmente, uma nova experiência não se refletirá diretamente em novas ideias, mas permitirá que seu cérebro aprenda a ver o mundo por outros ângulos e maneiras. 

Criar redes: Mentes inovadoras raramente trabalham sozinhas, já que a troca de experiências é parte fundamental do processo criativo. De acordo com o estudo americano, estes profissionais se esforçam, de forma ativa, a encontrar pessoas e colaboradores com diferentes perspectivas. Este movimento permite que o seu próprio domínio de conhecimento seja ampliado e, consequentemente, o da empresa.  

No entanto, o trabalho de um executivo inovador depende de uma série de fatores para além de delegar e compartilhar processos com a sua equipe. Para os pesquisadores, estes profissionais desenvolvem cinco principais discovery skills (habilidades de descoberta): associar; questionar; observar e ouvir; experimentar; e criar redes.

Base neste texto, o estudo completo sobre as competências de profissionais inovadores foi transformado em um livro, o DNA do Inovador: Dominando as 5 Habilidades dos Inovadores de Ruptura, que recomendo muitíssimo a leitura. 

P.S.: Na parte 02, pretendo compartilhar algumas dicas de como empresas de vários portes e setores podem cocriar com as suas equipes um planejamento estratégico completo e colaborativo para o desafiados 2022. 

Gostou deste artigo? Deixe um comentário!

GOSTOU DESSE CONTEÚDO? COMPARTILHE EM SUAS REDES SOCIAIS!

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Deixar uma resposta


Siga-nos em nossas redes sociais:

contate-nos
newsletter

Receba novidades do mundo da inovação corporativa!