Itamar Olimpio é fundador da consultoria de inovação corporativa CO-VIVA, com clientes no Brasil e no exterior, como Ourofino Saúde Animal, Sinqia, Energisa, Natura & Co, PwC, GE, UOL, WeWork, Stefanini, Moinho Régio, Grupo Krindges entre outros. É professor de inovação e empreendedorismo em MBA’s na FIAP, além de mentor de startups no Inovativa Brasil e Rock New Ventures. É mestre em Inovação de negócios pela Imagineering Academy, da Breda University na Holanda, onde atua como professor convidado.
Por aqui, sempre falamos de inovação, e uma perspectiva que queremos apresentar agora é a da Engenharia da Imaginação, uma metodologia não tão recente, mas que tem contribuído para mudar a realidade de muitos negócios pelo mundo.
Atualmente, existem apenas quatro brasileiros formados nesta área no país. Mas, em outras regiões, diversas nacionalidades e empresas se beneficiam das possibilidades que a Engenharia da Imaginação pode oferecer.
A seguir, explicamos melhor o que é esta metodologia e seus principais fundamentos, para que você se familiarize com essa novidade e aproveite melhor as informações que devemos passar em novos artigos.
Vamos lá!
Onde tudo começou?
A Engenharia da Imaginação é a forma pela qual chamamos, em nossa língua, o termo “Imagineering”, existente desde pelo menos 1940 e moldado por diversas grandes empresas, em especial a Aluminium Company of America – Alcoa, e a Disney. A Alcoa, inclusive, foi a pioneira do termo, utilizando-o para definir seu modo de inovar a partir da combinação de imaginação e engenharia. Nesse contexto, buscava-se instigar a imaginação para pensar em possibilidades e soluções para algo e, depois disso, aplicar modelos lógicos e de engenharia nas “soluções” encontradas, transformando-as em possibilidades reais.
No caso da Disney, o termo delimita diversas profissões dentro da cadeia de produtos e serviços dessa grande empresa, desde que seu criador, Walt Disney, decidiu implementá-lo na construção de seu império, especialmente nos parques de diversões. Para ele, a Engenharia da Imaginação é a melhor forma de criar experiências válidas e de qualidade. A prática segue sendo um dos pilares atuais para que seus parques e diversos outros produtos e serviços atendam à sua finalidade máxima.
Porém, a Engenharia da Imaginação que a Co-Viva utiliza em seus projetos de inovação é uma metodologia holandesa, voltada para cocriar soluções para desafios organizacionais e sociais. Inclusive, fui o pioneiro no Brasil a trazer essa metodologia e aplicá-la em diversos negócios com nossos clientes.
A Engenharia da Imaginação também é um curso de MBA oferecido pela área de Ciências Aplicadas da Universidade de Breda, na Holanda, curso no qual me formei e que é totalmente focado em levar inovação para o meio empresarial. Seus objetivos principais concentram-se em diminuir a distância entre as necessidades e desejos dos clientes e o que as empresas realmente oferecem, de maneira a atender essas demandas de forma criativa e, obviamente, lucrar com elas!
É uma metodologia de inovação que propõe a descoberta da convergência entre o que os consumidores desejam e a forma como as empresas podem atrair e mantê-los em contextos de transformações estruturais, incluindo mudanças comportamentais na sociedade, novas e disruptivas tecnologias, novos modelos de negócios, novas economias, etc. Foca na transformação pela inspiração.
A cocriação é a base da Engenharia da Imaginação, mas utilizamos também outras metodologias, como a investigação apreciativa (olhar para o que realmente importa), o construcionismo social (palavras têm o poder de construir realidades), storytelling e psicologia positiva (visão apreciativa do potencial humano), entre outras. Busca ainda colocar os empresários e empreendedores em contato constante com o Oceano Azul de oportunidades de mercado, e aproveitá-las em suas companhias.
4 Elementos principais da Engenharia da Imaginação
A Engenharia da Imaginação tem sido cada vez mais pesquisada e aplicada em empreendimentos diversos, e isso vem principalmente das suas possibilidades, especialmente no campo da inovação. E alguns elementos básicos auxiliam para que a sua prática seja efetiva e auxilie no alcance de bons resultados, e a seguir, destaco algumas delas.
1. Experiência como perspectiva
Para quem atua com serviços, observar a inovação a partir do campo das experiências é uma das opções mais vantajosas para se obter novas perspectivas de mercado. Torna-se a experiência o objetivo principal a ser pesquisado e receber inovações e ações de desenvolvimento, e o processo é todo feito, obviamente, a partir de planejamentos, ajustes, investigações, etc.
E isso pode envolver alterações ou mesmo criações em itens dentro dos serviços, ou no seu ambiente de realização, como o caso da Disney, onde até mesmo as calçadas e ruas foram pensadas para mexer com o sensorial e o imaginário das pessoas.
2. Inovação
A Engenharia da Imaginação é uma das muitas formas de sair em busca de inovação, e esse processo é alcançado pela gestão das ideias que são desenvolvidas através das muitas formas de utilizar esse processo de imaginar e depois projetar.
E isso pode ser alcançado a partir de diversos tipos de ações, como:
- Construcionismo social;
- Storytelling;
- Investigação apreciativa;
Como citamos acima, os resultados são totalmente disruptivos, mas visíveis gradativamente, como o estabelecimento de modelos de negócios novos ou diferenciados, a geração de novas economias, o desenvolvimento de tecnologias, e assim por diante.
É como se a Engenharia da Imaginação fosse um campo semi pronto para propiciar a inovação, e assim permitir que empresas e profissionais alcancem novos níveis em suas atuações.
3. Design
Mecanismo pelo qual as situações desenvolvidas podem ser vistas de uma maneira mais compreensível, que permita identificar todos os seus estágios e aquilo de engenharia e inovação que acontece em cada um deles. É como se fosse um esquema, de formatos diversos, e eles podem considerar diversos quesitos e etapas, como o próprio Design Thinking e o de Serviços.
E a partir desses esquemas, itens que necessitam de mudanças, que podem receber novidades, e assim por diante, são melhores visualizados e permitem um trabalho mais específico rumo à inovação!
4. Diálogo multidisciplinar
Talvez esteja parecendo que a Engenharia da Imaginação é um pouco particular e só ocorre com certas pessoas em certos níveis. Mas a realidade é bem diferente! A verdade é que, assim como a inovação, é possível promover em uma empresa um ambiente que conte com níveis de diálogo entre áreas para não apenas identificar os problemas a serem resolvidos, e sim receber ideias e formas de ajustá-los.
E isso parte do diálogo multidisciplinar, onde é feito um processo conhecido como cocriação, que ocorre da seguinte forma:
- Os participantes elencam seus pontos de vista sobre a questão levantada;
- Depois, esses pontos de vista são desconstruídos, a partir de seus significados;
- Para então serem remontados, considerando uma visão ampla a partir das visões dos participantes;
Isso pode gerar desde soluções, até mesmo novidades, e contribui para que a inovação e o desenvolvimento sejam etapas incluídas no cotidiano de uma empresa.
A Engenharia da Imaginação é uma perspectiva necessária!
Justamente porque permite que uma empresa tenha mecanismos úteis de inovação e melhorias constantes, aplicados a partir de procedimentos simples do cotidiano, e claro, de ações mais focalizadas. É uma forma mais dinâmica e efetiva de encontrar soluções eficientes para quesitos diversos, desde problemas latentes a atender necessidades e desejos novos dos consumidores.
Investir na área, seja com sua própria formação, seja com uma consultoria especializada, é garantir que o inovar seja atrelado de verdade nas ações do seu negócio.
Obrigado pela leitura até aqui!😉
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