No contexto da COVID-19, voltamos a trabalhar com uma antiga parceria do ramo do agronegócio, a empresa Moinho Régio, que é considerada um dos maiores moinhos do Brasil. Inclusive, escrevi antiga porque auxiliamos no desenvolvimento do planejamento estratégico da companhia, ainda em 2018. Nesse caso, tivemos a valiosa oportunidade de observarmos dois momentos da companhia e revisitarmos o que funcionou.

Dentro do Laboratório de Planejamento estratégico, Cultura e Propósito, proposto pela CO-VIVA, tivemos uma vivência virtual intensa de 16 horas, divididas em oito sessões de duas horas cada, por aproximadamente quatro semanas. De forma remota devido à COVID-19, trabalhamos com um grupo de 30 colaboradores. Inclusive, este é um número que consideremos limite e, se fossem mais funcionários, formaríamos um segundo grupo.  

Embora o planejamento demande colaboração de uma grande parcela dos colaboradores, é também necessário tempo e um elevado grau de entrosamento entre os participantes. Por experiência própria, em grupos muito maiores, perdemos a oportunidade de envolver todos. Nesse sentido, a comunicação online também apresenta desafios de integração e precisamos de estratégias mais precisas. 

Entre as inúmeras atividades propostas, trabalhamos com o exercício da roda dos seis lados, para priorizar e dar foco no que você quer mudar ou aperfeiçoar dentro da empresa. Vale lembrar que são nesses exercícios que conseguimos entender o que é mais fundamental para a organização naquele e nos próximos meses (ou anos). Com esse direcionamento, é mais assertivo definir metas e propor alocação de recursos tanto humanos quanto financeiros.

Com os envolvidos no planejamento, aplicamos também diversas metodologias de inovação que temos em nosso portfólio, incluindo o design thinking, a investigação apreciativa, a COCD Box que é uma ferramenta de geração e refinamento de ideias , nosso canvas de cultura organizacional entre outras.

Ainda na etapa do Laboratório, conseguimos cocriar, por exemplo, um planejamento estratégico da empresa para os próximos cinco anos, com metas e KPI ‘s (Key Performance Indicators). Com isso, implementamos a utilização e a cultura dos OKR’s (Objectives and key results) na organização. Também revisitamos processos internos de trabalho, fruto das ações criadas no Laboratório de inovação.

Mesmo que o planejamento estratégico tenha sido definido, nossa consultoria também auxilia no suporte para a implementação e a gestão dos projetos da área. Focando nesse aspecto, criamos uma trilha de treinamentos de liderança para gestores de média gerência, específica para as novas demandas da empresa. Afinal, modificar processos e a organização do trabalho depende muito de uma mudança de mindset também nos colaboradores.

Resumindo o que já apresentei da nossa experiência, pensar em um planejamento estratégico inovador demanda técnica, entendimento das demandas do cliente e análise de diferentes cenários possíveis. Por isso, esta não é uma tarefa simples para uma organização, mas é, completamente possível. Inclusive, os resultados podem ser metrificados.  

E para abordar os resultados deste case, vale dizer que a empresa conseguiu bater mais de 90% das metas estabelecidas para os dois últimos trimestres deste ano. Além disso, a cultura de trabalhar orientada por dados, métricas e objetivos nunca foi tão forte, graças ao uso de metodologias ágeis, como os OKR’s que citamos acima. Também foram criados times multidisciplinares, para implementar diversos projetos nas áreas de TI, Recursos Humanos, Comunicação e Marketing e áreas técnicas. Todos os projetos envolvendo os times multidisciplinares, avançaram consideravelmente este ano e alguns já estão sendo finalizados.