Na primeira parte da série sobre planejamento estratégico 2022, escrevi sobre possíveis cenários que empresas, corporações e colaboradores devem enfrentar no próximo ano. Por exemplo,  a eleição presidencial, os desdobramentos da Covid-19, a instabilidade econômica mundial e o Dólar com a inflação correndo juntas serão grandes desafios para as organizações.

Mas será que todas essas questões ainda farão sentido em quatro meses? Muito provavelmente, sim. Só que, diante da velocidade do mundo, outros desafios devem se sobrepor e viverão em sintonia com os que já eram esperados. Por isso, um planejamento estratégico inovador é sempre a melhor opção para o sucesso de uma organização. 

Adianto que para fazer o planejamento estratégico vencedor para 2022, será necessário pensar em novas rotas. Nesse percurso, ferramentas de inovação e propostas de colaboração e de cocriação entre as equipes serão indispensáveis. 

Dá para ler o mundo em que vivemos?

Antes da pandemia da Covid-19 e por muitos anos, foi comum escutar o termo VUCA — VICA, em português — para explicar a complexidade do mundo. Cunhado nos anos 1980, o termo abrange quatro características fundamentais daqueles tempos: volátil; incerto (uncertainly); complexo; e ambíguo. Dizer que o vivíamos em um mundo VUCA significava afirmar que diferentes tipos de forças se moviam e transformavam a sociedade, mas com algum nível de clareza.

Passadas as reviravoltas dos últimos meses, estamos em um mundo BANI —  FUNI, em português —, onde a maioria das certezas está em constante transformação. A nova expressão foi cunhada em 2018 pelo antropólogo norte-americano Jamais Cascio e, de certa forma, previa o nosso futuro. A sigla corresponde às seguintes características: frágil (brittle); ansioso; não linear; e incompreensível.

De forma resumida, o mundo BANI é uma versão mais caótica e muito mais desafiadora para as empresas se organizarem do que a realidade VUCA. Adianto que, nessa realidade, “soft skills” — como flexibilidade, resiliência, empatia e capacidade de lidar com a ansiedade — são ainda mais fundamentais e novos tipos de profissionais podem entrar no radar de empresas, ocupando posições até mesmo impensáveis para determinadas organizações há alguns anos. Por exemplo, cientistas de dados. Afinal, ler esse mundo fragmentado aos milhões se torna cada vez mais desafiador.

Por outro lado, a vacinação nacional avança e alguns estados, como Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul, já registram mais de 40% da população totalmente imunizada contra o coronavírus, segundo dados do Consórcio de Veículos da Imprensa. Este é um bom indicativo, mas o problema da pandemia deve seguir pelos próximos meses, com as doses de reforço e a imunização dos mais jovens, por exemplo.

Somado à Covid-19, o Brasil terá novas eleições presidenciais e a esfera pública deve ser tomada por meses com um intenso (e acalorado) debate político. Em paralelo, a alta do dólar e da inflação afetam, desde agora, os caminhos que as organizações deverão percorrer no último trimestre deste ano e em todo o ano de 2022. Do ponto de vista internacional, será necessário lidar com a instabilidade econômica e a questão ambiental.

Para resumir, os desafios serão grandes e, por mais que seja um clichê desse meio, oportunidades de crescimento não faltarão em meio à crise. Só que será preciso inovar para sobreviver.  

Entendendo cada letra do mundo BANI

Frágil: a fragilidade está refletida em muitos lugares, como a insegurança de empregos, de organizações e de governos. A sensação é de que uma onda de transformações pode chegar a qualquer momento. 

Ansioso: se antes o mundo era incerto, neste momento, as incertezas apenas se multiplicam e, em consequência, cresce a ansiedade e a sensação de impotência. Essa sensação vale tanto para o macro quanto para o micro. Por exemplo, quantas vezes você já abriu um aplicativo em busca de atualizações nas últimas 4 horas?

Não-linear: a complexidade de um caminho único perdeu espaço para os múltiplos destinos e a inexistência de uma direção segura e de sucesso. A velocidade da sociedade e os diferentes pólos de influência romperam com esse mito de direção correta.

Incompreensível: talvez, não valha mais a pena buscar por respostas e nem por tentar compreender 100% uma realidade. Em partes, o mundo está indecifrável, mas saber perguntar ainda continua fundamental.  

Quando penso nessa lista de características do mundo contemporâneo, sofro com um tanto de angústia. É inegável, mas ainda estamos aqui. Existem direções — note o uso do plural — que podemos percorrer e que precisam ser desbravadas. 

Lembre-se como o mundo estava há 10 anos e compare com o agora. Em quantas empresas gigantes no mercado você conseguiu visualizar o surgimento? Agora, pense no mundo pré e pós-pandemia. Para alguns setores, parecia impossível a migração para o remoto. Só que, mesmo assim, alguns conseguiram e outros adaptaram os seus sistemas a um mundo híbrido, por exemplo. 

Defina o propósito e a visão de negócio

No mundo BANI, é fundamental ter como norte o propósito da sua organização, independente dos desafios que serão impostos ao negócio. Se já tiver um propósito bem definido, reforce-o para os colaboradores e clientes. Se não tiver, crie. Mesmo que o mundo esteja incompreensível, é preciso que nos lembremos sobre o que nos move e, assim, será possível traçar os próximos passos e  desenhar um planejamento estratégico válido para 2022.

Também é importante estar, cada vez mais, conectado com as pessoas que movem a organização. Por exemplo, os colaboradores se sentem mais engajados quando são questionadas a respeito do que é positivo e não do que é negativo ou ainda quando os perguntam sobre o que falta para alavancar determinada proposta. Uma dica para investigar esses pontos é justamente esta forma de investigação apreciativa e colaborativa. Vale ter uma escuta ativa.

 Para somar todas essas questões que apresentei e traçar um bom plano para 2022, a Co-Viva desenvolveu um laboratório de planejamento estratégico, feito em apenas dois dias, que pode ser presencial ou 100% online. 

 A ideia é ajudar empresas de diferentes portes e setores a cocriarem com as suas equipes um planejamento estratégico completo e colaborativo, preparado para uma realidade BANI. Apoiado com parceiros e se antecipando, os próximos meses ainda serão complexos, mas a chance de sucesso é muito maior. 

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